Sobre o “Mais estranho que a ficção”

Mais estranho que a ficção” (Stranger than fiction) é um filme de 2006 que desde então figurava na minha listinha de “to be seen” e que agora me pergunto veemente por que diabos não o vi antes!

Com um roteiro beirando o lugar-comum, o filme questiona diversos aspectos da vida como a rotina e como os fatores externos a nós podem dar um rumo diferente ao que chamamos de vida.
Numa sinopse rápida, um auditor fiscal começa a ouvir uma voz que narra todos os seus passos, até que descobre que uma escritora narra sua vida real em seu último livro, o qual ela não consegue chegar num final. Em busca de um “final feliz”, ele redescobre cada detalhe, cada nuance, cada fagulha da vida que dá paixão pelo ato de existir.
Apesar desse contexto “made in auto ajuda”, o resultado é genial, e não poderia ser menos do que isso, já que foi dirigido por Marc Foster, que tanto me tirou suspiros por “Em busca da Terra do Nunca” e principalmente por “A passagem” (Stay), que é uma das meninas dos meus olhos de filmes (e infelizmente pouca gente sabe que existe!).

Mais do que aproveitar sua vida, viver cada momento e essas coisas a que devemos relacionar prazer, o filme também mostra o quão importante é nossa responsabilidade sobre tudo o que nos relaciona. Cada gesto, cada passo, cada decisão (e mesmo a escolha de não fazer nada) é uma responsabilidade nossa, que de alguma forma afetará o universo (nosso ou não, paralelo ou não). Algo tão simples, tão real e tão notório, infelizmente parece não ter sido notado pela grande maioria das pessoas que vemos por ai. Porque assim como o protagonista do filme, todos nós, em algum momento, desejamos fazer da nossa existência “algo” (sem pesos de qualquer adjetivo). Sejamos responsáveis por esse “algo”.